terça-feira, 27 de janeiro de 2009

3,2,1 Cama


Mais uma história de quando era pequenina... e que eu gostava de ler muitas vezes antes de deitar.
Esta foi uma das minhas versões da história, que escrevi teria eu uns 8 anos, para contar às minhas bonecas... que tinham medo de tomar banho!
Era uma vez um menino chamado Gui. Numa noite, o Gui espreitou pelo seu grande telescópio e viu que os amigos extraterrestres precisavam de ajuda para se deitarem, então o Gui pegou no seu foguetão e foi rumo a Mercúrio. Quando lá chegou, viu que os sujinhos precisavam de um grande banho para conseguirem dormir, então o Gui esfregou e lavou, lavou e esfregou até eles ficarem bem limpinhos, depois levou-os para a cama e disse : - Boa Noite!
Mas, eles já estavam a dormir, então o Gui subiu para a sua nave, desta vez ia para Marte. Quando lá chegou, viu que a Despenteada precisava de ajuda, porque estava toda despenteada. Então, o Gui penteou, penteou, penteou e, finalmente, quando acabou foi deitá-la e disse: - Boa Noite!
Mas, ela já estava a dormir, então o Gui foi para a sua nave e desta vez foi para Júpiter. Quando lá chegou viu que os aflitinhos precisavam da sua ajuda para irem à casa de banho. Então o Gui ajudou-os a irem à casa de banho, depois foi deitá-los e disse: - Boa Noite!
Mas, eles já estavam a dormir. O Gui estava a começar a ficar cansado, então subiu para a sua nave e foi para casa. Quando chegou foi para a cama, e o pai e a mãe disseram: - Boa Noite!
Mas, o Gui já estava a dormir!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Entraste numa floresta encantada, onde as árvores, as plantas, as flores, os animais e até as pedras do caminho falam com as pessoas...


Entraste numa floresta encantada, onde as árvores, as plantas, as flores, os animais e até as pedras do caminho falam, mexem-se e falam com as pessoas. Nessa tua aventura experimentaste sentimentos como o medo, a alegria, o amor e a raiva....

Lembro-me de estar deitada na minha cama e, de como todas as outras noites ouvir a minha mãe costurar. Lentamente, mergulhei num sono profundo e quando dei por mim estava no meio de árvores, plantas, flores e animais. Tudo me parecia real, mas todos eles tinham uma característica fora do comum, todos eles falavam. O que me deixou muito assustada.

Com medo de perguntar o que se passava tentei perceber o que diziam, o que se tornou impossível, pois todos falavam ao mesmo tempo.

Fiquei mais algum tempo à espera que reparassem em mim. Até que ao fim de longos minutos todos fizeram silêncio.

O primeiro a falar foi uma árvore com um aspecto velho e sábio, que me disse com um ar preocupado:

- Finalmente chegaste! Estávamos todos à tua espera! Aconteceu uma coi sa terrível! A coruja perdeu o livro dos sentimentos e agora os habitantes da floresta encantada não sabem o que é a raiva, o amor, o medo e nem mesmo a alegria.

- Sim, sou eu! Estou aqui para vos ajudar.

De repente, um ouriço e um elefante vieram para junto de mim. O ouriço, que estava um pouco envergonhado, disse-me:

- Anda a acontecer-me uma coisa muito estranha. Sempre que o elefante se aproxima de mim eu enrolo-me, fico com a forma de uma bola e com os meus espinhos pontiagudos levantados. O que quer isto dizer?

- É muito simples, o elfante é muito grande e tu és muito pequeno, o que te faz sentir medo.

- O que é o medo?- perguntou o elefante.

-O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa.

O Sol estava cada vez mais intenso e decidi ir a uma fonte ali perto. A caminho da fonte passei por um campo de girassóis.

Ao verem-me passar os girassóis perguntaram-me em coro:

- Nós seguimos a luz desde o nascer ao pôr do sol, e sempre que o fazemos rimos e brincamos umas com as outras. Que sentimento é este?

- Esse sentimento é a alegria. Costuma ser expressada por sorrisos e contentamento. Quando nos sentimos alegres o tempo passa mais rápido do que imaginamos.

Prossegui o meu caminho e finalmente cheguei à fonte. Qual não foi o meu espanto ao deparar-me com a fonte seca. Só restava uma pequena gota, que estava bem no fundo do poço com um ar muito zangado. Decidi perguntar-lhe:

- Para onde foi toda a água? Porque estás aí sozinha?

- Então não sabes porque razão faltou a água?! Faltou porque o Homem não a usa correctamente. Desperdiça-a e maltrata-a...

-Que coisa horrível! Ao que estás a sentir chamamos raiva.

- O que é a raiva?

- A raiva é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa.

O Sol estava a pôr-se, mas eu decidi continuar o meu passeio.

De repente parei para ouvir duas vozes que falavam muito baixinho:

- Nós somos as pedras do caminho! Estamos sempre muito juntinhas, abraçadinhas e aos beijinhos. Andamos sempre aos pares e queremo-nos bem umas às outras. Estamos bem quando estamos juntas, mas quando nos separamos ficamos incompletas.

Qual o nome deste sentimento?

- É o mais belo dos sentimentos. Chama-se amor e consiste na formação de uma ligação emocional com alguém ou com algum objecto.

Decidi voltar para junto da árvore e do resto dos animais.

Em lugar do Sol veio a Lua e , também o brilho das estrelas.

Sentei-me junto da fogueira e observei todos os animais e seres vivos daquela floresta, contentes e a sorrir.

A última coisa de que me lembro é de me agradecerem e de me dizerem que sentiriam saudade. Aí eu perguntei-lhes o que era a saudade e todos me responderam:

- Saudade é uma mistura de sentimentos de perda, distância e amor.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Auto da Barca do Inferno


Na aula de português estou a dar o "Auto da Barca do Inferno", por isso decidi vazer uma análise da peça e publicá-la no meu cantinho.


O "Auto da Barca do Inferno" é uma peça teatral, escrita por Gil Vicente. Com esta peça, Gil Vicente pretentia mostrar e criticar a sociedade lisboeta das décadas iniciais do séc. XVI.

É também importante referir que todas as peças de Gil Vicente foram representadas para a côrte.

Pequeno resumo:

A peça inicia-se num porto, onde se encontram as duas barcas, a Barca do Diabo, que está toda enfeitada e cuja tripulação é o Diabo e o seu Companheiro, e a Barca do Anjo, que é mais simples e tem como tripulação um Anjo na proa.

São apresentadas para julgamento as seguintes personagens:


  • Fidalgo

  • Onzeneiro

  • Sapateiro

  • Parvo

  • Frade

  • Alcoviteira

  • Judeu

  • Corregedor e Procurador

  • Enforcado

  • 4 Cavaleiros

Cada uma destas personagens é julgada tanto pelo Diabo como pelo Anjo, (com excepção dos quatro cavaleiros, que não chegam a ser presentes ao Diabo, do Frade, que não foi presente ao Anjo, e do Parvo) sendo que a maioria das personagens embarcaram na barca do Diabo devido aos pecados que cometeram em vida.


Todas as personagens presentes ao Diabo e ao Anjo são personagens tipo, ou seja, por exemplo, o fidalgo não representa um determinado fidalgo, mas sim todos os fidalgos e a sua classe social.


Personagens:



  • Fidalgo: manto e pajem que transporta uma cadeira de espaldas. Estes elementos simbolizam a opressão dos mais fracos, a tirania e a presunção.

  • Onzeneiro: bolsão. Este elemento simboliza o apego ao dinheiro, a ambição , a ganância e a usura).

  • Sapateiro: avental e moldes. Estes elementos simbolizam a exploração interesseira, da classe burguesa comercial.

  • Parvo: representa simbolicamente, os menos afortunados de inteligencia.

  • Frade: Moça, espada, escudo e capacete. Estes elementos representam a vida mundana do Clero, e a dissolução dos seus costumes.

  • Alcoviteira: moças e os cofres. Estes elementos representam a exploração interesseira dos outros, para seu próprio lucro.

  • Judeu: bode. Este elemento simboliza a rejeição a fé cristã.

  • Corregedor e Procurador: processos, vara da Justiça e livros. Estes elementos simbolizam a magistratura.

  • Enforcado: Acredita ter o perdão garantido. Seu julgamento terreno e posterior condenação à morte o teriam redimido de seus pecados, mas é condenado igual aos outros. Ele carrega a mesma corda com que fora enforcado.

  • Quatro Cavaleiros: cruz de Cristo simboliza a fé dos cavaleiros pela religião católica.
    (todos os elementos cénicos representam os pecados das personagens)

Apesar de esta peça alertar para os pecados da sociedade no séc. XVI, a verdade é que se adapta perfeitamente aos dias de hoje.


Gil Vicente faleceu, mas os seus filhos publicaram as suas obras, que foram protegidas da Inquisição pela rainha.




domingo, 18 de janeiro de 2009

Um livro é...


Estava no meu primeiro dia de aulas, no 4º ano, e a professora pediu-nos que escrevêssemos num “pedacinho” de papel o que era para nós um livro.

Aqui está o que escrevi:

Para mim um livro é um lugar de imaginação, onde lemos livros de príncipes e princesas, fadas ou bruxas, todas elas têm um encantamento especial.
Um livro é um tapete mágico que nos leva ao país dos contos.